Depois da morte de Eloá e do conhecimento público das denúncias contra Everaldo, o pai da menina voltou a fugir e não participou do enterro da filha na manhã desta terça-feira (21). O ex-cabo da PM relata que quase foi morto em Alagoas e que tem muito medo de procurar a polícia para contar o que sabe.
"Quando eu chegar em Alagoas eles me matam, porque eles (não) querem um arquivo vivo, eles sabem que eu sei como eles arquitetaram. Quem fez esse esquema era muita gente de colarinho branco", disse.
O pai de Eloá afirma que o então governador Ronaldo Lessa não sabia do suposto esquema denunciado por ele envolvendo a cúpula de segurança do estado. Everaldo se defende e afirma que nunca houve provas contra ele.
"Estão achando que sou bandido, não sou bandido. Foi minha sobrevivência. Tanto que eu me converti ao evangelho, trabalhei 15 anos, criando meus filhos, nunca fiz nada de errado e onde passei fiz o bem", disse, emocionado.
A Polícia Civil de Alagoas pediu à polícia paulista a prisão do foragido. Segundo o delegado-geral da Policia Civil alagoana, Marcílio Barenco, Everaldo é um arquivo vivo dos crimes ocorridos na década de 90.
Sabia demais
Segundo o advogado, o pai de Eloá veio para São Paulo por medo de represálias. “Na ocasião (dos crimes), ele era policial militar e houve uma briga entre policiais civis e militares. Ele trabalhava na escolta de um delegado, mas como sabia demais foi afastado por um secretário”, afirmou Gomes.
Como tinha várias informações, ele começou a temer pela própria vida, ainda segundo Gomes, o que justificaria a sua vinda para São Paulo em 1993, depois de ter sua prisão decretada, e os novos documentos com nome falso. Na época, a mulher dele estava grávida de Eloá, segundo o advogado. O advogado disse que o pai da jovem não pretende se entregar no momento porque está sendo vítima e a defesa irá examinar as acusações contra ele. Gomes disse que precisa de 10 dias para terminar esta análise e decidir que rumo deverá tomar.
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