A expressão "coma irreversível", usada pela equipe médica para se referir ao estado da jovem Eloá Cristina Pimentel, baleada durante o seqüestro do ABC, normalmente é considerada sinônimo de morte cerebral. Por uma questão da cautela e de procedimentos internacionais sobre pacientes em coma, os médicos esperam para fazer novos exames antes de declarar o paciente morto, mas a principal característica do coma irreversível é a aparente ausência completa de atividade no cérebro -- traço compartilhado com a morte cerebral.
Para chegar a um diagnóstico de morte cerebral, o paciente não pode estar sobre influência de anestésicos ou outros medicamentos que possam interferir com suas funções cerebrais. A medição da atividade do cérebro via EEG (eletroencefalograma) deve ser "reta", ou seja, sem picos que evidenciem a transmissão de sinais nos neurônios. Esse estado está ligado ao fim da passagem de nutrientes do sangue para as células nervosas, resultando na morte do órgão, embora, na prática, seja difícil medir a parada completa da atividade dos neurônios.
O paciente em coma irreversível também não apresenta nenhum sinal de consciência e é incapaz de manter suas funções vitais, como circulação, respiração e batimentos cardíacos, sem o auxílio de aparelhos. É necessário esperar porque pacientes nessa condição podem voltar ao chamado estado vegetativo permanente, no qual as funções automáticas do organismo (envolvendo o coração e os pulmões) retornam, embora a consciência esteja perdida definitivamente.
Para avaliar o estado da jovem, os pesquisadores usam a Escala de Coma de Glasgow, conjunto de critérios empregados internacionalmente para acompanhar pacientes comatosos. Utiliza-se um conjunto de sinais físicos e cognitivos, que são somados, gerando uma pontuação de 3 a 15. No caso de Eloá Pimentel, esses sinais são a ausência total de movimentos, sons e abertura dos olhos, mesmo diante de estímulos dolorosos.
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sábado, 18 de outubro de 2008
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