A governadora Wilma de Faria (PSB) passará os próximos meses se equilibrando como se estivesse numa corda bamba para manter a sua base aliada unida até o final de seu mandato.
O raciocínio é simples: em sua base aliada ela tem quatro pré-candidatos ao Governo do Estado. Destes: dois são imprescindíveis no projeto político da chefe do Executivo estadual: o presidente da Assembleia Legislativa, Robinson Faria (PMN), e o vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB). Os dois têm pegado a estrada rumo ao interior e usado programas de rádio para se tornarem mais conhecidos pelo eleitorado potiguar.
A governadora precisa de Robinson por questões institucionais. Ela enfrenta uma grave crise de relacionamento com os deputados da base aliada. Uma crise silenciosa, mas que ganha corpo fatos como o episódio como o qual os deputados dificultaram a aprovação de empréstimos bancários para a recuperação da malha viária do Rio Grande do Norte. Esse tema foi superado, mas ela encarou outro problema em seguida: a redução do limite para que ela movimente o orçamento sem precisar pedir autorização prévia ao Legislativo.
Na proposta do Executivo a governadora poderia movimentar 25% do orçamento, mas uma emenda do deputado Fernando Mineiro (PT) reduziu para apenas 5%. Após uma discussão em público com o presidente da AL, a governadora conta com a boa relação que Robinson mantém com os deputados para reverter o quadro e governar com mais liberdade. Em troca disso, ela tem incentivado o peemenista em suas andanças pelo interior do Estado e se comprometeu a acompanhá-lo.
A questão de Iberê é mais complicada. Até o início de abril do próximo ano a governadora terá que renunciar ao cargo para poder disputar uma das cadeiras no Senado. O seu substituto será o atual vice-governador. Ela sabe que o apoio de quem vai estará à frente do governo será fundamental para ser eleita. Para dar suporte ao futuro governador, Wilma já passou algumas de suas atribuições para a responsabilidade do correligionário que percorre o Estado em eventos como o curso preparatório de defesa civil.
Além de Iberê e Robinson a governadora ainda precisa administrar os projetos políticos do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PSB), e do deputado federal e presidente estadual do PR, João Maia.
Carlos aposta na densidade eleitoral para se viabilizar, mas sabe que dificilmente terá o apoio de Wilma. Para conquistar esse feito ele contava com a eleição da deputada federal Fátima Bezerra (PT) para a Prefeitura do Natal, fato que não se concretizou.
João Maia tem um partido bem estruturado com presença na maior parte dos municípios do Estado e conta com forte penetração na região do Seridó. Ele tem ainda que lutar para ficar livre das denúncias que o colocam envolvido em um escândalo de sonegação de impostos.
Fonte. O Mossoroense
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