Download - Crise internacional derruba valor das exportações no RN

terça-feira, 20 de outubro de 2009



A crise financeira internacional elevou o desemprego e fez cair o consumo no exterior, com impacto direto sobre as exportações do Rio Grande do Norte este ano.  Só de janeiro a setembro, a queda  nas vendas dos principais produtos chegou a 26,19%, com o valor se situando na casa dos US$ 176,6 milhões, o equivalente a R$ 312,7 milhões. Desvalorizada, a moeda americana também tem tornado os negócios com outros países menos rentáveis e levou o estado a  perder de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões no valor comercializado, nesse período, considerando a cotação média em vigor em setembro de 2009 (R$ 1,77) e a que valia em setembro de 2008 (R$ 1,90)

Júnior Santos
Os reflexos da desaceleração aparecem em quase toda a pauta de exportações do estado, segundo os últimos números do MDIC
Os reflexos da desaceleração aparecem em quase toda a pauta de exportações do estado, segundo apontam os dados da mais recente balança comercial divulgada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Os números mostram, por exemplo, que as vendas de frutas e pescados, produtos que estão na lista de principais negociados com outros países, têm sido gradativamente reduzidas, na esteira das turbulências que afetaram e ainda afetam a economia. Para o melão, um dos carros-chefes da pauta potiguar, a queda chega a 41,12%, mas a influência, nesse caso, não se resume à crise e ao dólar.

“A desaceleração está ligada também ao fechamento da Nolem, que era a maior exportadora da fruta em operação no mercado potiguar”, apontou em entrevista anterior um dos membros da Cooperativa de Fruticultores da Bacia Potiguar (Coopyfrutas), que reune 27 produtores de Mossoró, Baraúnas, Tibau e Aracati, Francisco Vieira da Costa. De acordo com ele, a crise financeira para a fruticultura chegou, por sua vez, em forma de retração do consumo no mercado internacional e também da inadimplência dos clientes, um conjunto de fatores decisivo para deixar os produtores descapitalizados na hora de investir na cultura e forçados, por consequência, a reduzir este ano a produção e as vendas da fruta.

Para os pescados, o tombo aparece para produtos como camarão, que caiu  26,24%, para lagostas, cujas vendas renderam 74,34% menos nos primeiros nove meses deste ano, e para albacoras e atuns, com queda de 67,73% no valor exportado.

Recuperação

 Para o coordenador de Desenvolvimento Comercial da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Otomar Lopes Cardoso Júnior, os números das exportações só deverão se recuperar em meados do próximo ano. “Vamos fechar este ano em queda. Os mercados importadores, principalmente Estados Unidos e Europa, estão na fase de observação, para ver se a crise terminou mesmo e como será o pós-crise. Para que recuperem a confiança e voltem a comprar como antes vai demorar pelo menos até o segundo semestre de 2010”, estima ele, apostando que as vendas do melão deverão recobrar fôlego nesse período e ser uma das principais alavancas para puxar os resultados do estado para cima.

A retomada das exportações, segundo explica, também está diretamente ligada ao reaquecimento do mercado de trabalho no exterior, nos países importadores.

Fonte. Tribuna Do Norte

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