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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

[Apodi Agora]

A questão da água tem sido banalizada em algumas campanhas governamentais, em algumas escolas e publicações. Uma polêmica: "Quem joga mais água limpa fora: seu chuveiro, torneira, alimentação ou o governo e sua distribuição de água com vazamentos e desvios, além de desacaso e ausência de investimentos nas áreas urbanas?" E como essas ações agravam o acesso à água?

Geralmente, a rede de distribuição de água é defasada e, devido a vazamentos, há muita perda. O aumento do consumismo, porém - e aí entra a sua culpa-, também é um fator agravante. O crescimento exacerbado das atividades agrícolas e industriais, além do aumento da urbanização e da população, intensificam a demanda por água. Inclusive, este aumento de população urbana coexiste com a intensificação das ações humanas nas bacias hidrográficas. Elas tornam-se mal utilizadas e muito poluídas.

Isso escasseia ainda mais o acesso à água potável e agrava a já precária situação do saneamento básico. Contudo, campanhas que sobrevalorizam a ação individual não podem ser consideradas solução para um problema que agrega tantas esferas sociais. O consumismo supérfluo atrelado às necessidades do "ter" é uma dessas esferas.
Outra é o crescimento desordenado das cidades que obriga a população, expulsa economicamente dos grandes centros pela especulação imobiliária e das áreas rurais pela mecanização, a ocuparem locais de importância ambiental sem ter consciência do valor destas áreas para suas próprias vidas.

Uma esfera mais ampla engloba principalmente os países subdesenvolvidos. Iludidos com a denominação "em desenvolvimento", correm atrás do prejuízo acelerando a expansão das fronteiras agrícolas e, consequentemente, destroem ecossistemas endêmicos e contribuem com as mudanças climáticas. Nesta corrida desenfreada, contaminam seus rios com poluentes agrícolas e industriais, o que resulta muitas vezes na superexploração dos lençóis freáticos que são contaminados e reduzidos a cada dia.

Problema social, ambiental e econômico são um só. Mas não estão de mãos dadas para que sejam efetivamente solucionados. Aí então, a ação coletiva é que deveria ser sobrevalorizada, ou melhor, ter seu potencial de mudança percebido em termos reais, já que este potencial é realmente amplo . Apenas com a tomada de consciência desses problemas pela sociedade haveria o questionamento das políticas públicas e a pressão dass sociedades sobre seus respectivos governantes.

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